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UFRJ faz pesquisa de ponta mas enfrenta dívidas e falta de estrutura



Fonte: O GLOBO | Data: 26/09/2016


Enquanto o trem de levitação magnética, fruto de uma pesquisa com tecnologia de ponta, transportava alunos numa viagem experimental na tarde da última terça-feira, outros estudantes esperavam por um ônibus perto do esqueleto de um alojamento em construção. No tapume da obra parada é possível ler reivindicações: bandejão, creche, moradia. As duas realidades têm como endereço a Cidade Universitária da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão, e revelam contrastes de uma instituição que, avaliada como a melhor do país pelo Ranking Universitário Folha (RUF), do jornal “Folha de S. Paulo”, sofre com problemas de infraestrutura, dívidas e recursos em queda.

A UFRJ ultrapassou, pela primeira vez em cinco anos, a Universidade de São Paulo (USP) na lista das melhores instituições de ensino superior do Brasil e obteve o 1º lugar entre as 195 universidades analisadas. A avaliação foi divulgada na semana passada. É bem verdade que, como a USP não participa do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), ficou com zero no indicador do ranking que leva em conta a prova. Se tivesse obtido a mesma nota da UFRJ, estaria à frente da universidade carioca. Mesmo assim, a comunidade acadêmica da Federal do Rio teve motivo para celebrar:

— O resultado leva em consideração a pesquisa, a graduação e a relação com a sociedade. Não podemos ignorar que gerações anteriores foram capazes de construir uma instituição sofisticada do ponto de vista da pesquisa e das práticas acadêmicas — diz o reitor da universidade, Roberto Leher, antes de mudar o tom da conversa: — Não temos dúvidas que existe hoje na UFRJ um gargalo orçamentário extremamente preocupante. Estamos numa situação limite. É fundamental que professores e alunos tenham local adequado para cumprir sua função. As edificações estão exauridas, grande parte dos prédios vêm dos anos 70 e nunca passaram por reforma.De acordo com os cálculos da universidade, para fechar 2016 no azul seria necessário um montante de R$ 720 milhões, mas o valor disponível estaria na ordem de R$ 440 milhões. O reitor afirma que o repasse de verbas federais não acompanhou a expansão da instituição, que passou de 35 mil alunos, em 2002, para 60 mil em 2014.

— A UFRJ incorporou o equivalente a uma universidade de Santa Catarina, mas não teve investimento para isso — afirmou Leher.

A falta de investimentos está no cerne dos problemas na Ilha do Fundão, o maior campus da universidade. As reclamações sobre infraestrutura e falta de segurança vão do prédio de Letras ao do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza, passando pelo Centro de Ciências da Saúde, entre outros.

— São muitas contradições nessa colocação da UFRJ como primeira do ranking. Temos professores excelentes, mas sofremos com insegurança, salas sem carteiras suficientes ou ar condicionado, além de falta de moradia estudantil. Essa premiação não pode mascarar os problemas. Fico pensando: se a melhor universidade do país vive essas condições, imagine a pior — critica Ana Beatriz Castro, aluna do curso de Literatura.

A falta de segurança no campus e a precariedade das instalações destinadas aos alunos ficaram ainda mais evidentes após o assassinato do estudante Diego Machado, em julho deste ano. Ele foi encontrado morto próximo ao alojamento, que tem superlotação, problemas de encanamento, fiação e esgoto. Reivindicação antiga, a construção da nova moradia está paralisada. De acordo com a instituição, a previsão é que a obra seja retomada somente em 2017.

— Quando entrei na universidade, não imaginei a quantidade de problemas que viveria — comenta o aluno Yago Briggs.






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