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Advogado quer quebra de sigilo do pai do menino Bernardo



Fonte: Veja | Data: 23/07/2014


O advogado Marlon Adriano Balbon Taborda, que representa a avó do menino Bernardo, pediu que a Justiça quebre o sigilo bancário do médico Leandro Boldrini e de seus irmãos, Paulo e Vilson. Conversas telefônicas interceptadas pela Polícia Civil indicam que Leandro pediu a ajuda de familiares para sacar dinheiro de contas bancárias no intuito de blindar seu patrimônio no mesmo dia em que a Justiça decretou o bloqueio dos seus bens, em 25 de abril. Taborda solicita que a quebra se dê desde que o corpo do garoto foi encontrado, em 14 de abril.

O representante da avó materna do garoto, Jussara Uglione, acredita que a eventual comprovação de saques reforça a tese de que o assassinato do garoto teve motivações financeiras. O casal supostamente ficaria com os bens que Bernardo herdaria da mãe.

O médico está preso acusado de participar do assassinato do filho. As conversas entre irmãos do médico foram interceptadas pela Polícia Civil por meio de escutas telefônicas. Nos diálogos, eles discutiam a melhor forma de sacar recursos das contas de Boldrini, segundo o jornal gaúcho Zero Hora. Paulo Boldrini, irmão de Leandro, planejava as operações bancárias com um interlocutor não identificado pela polícia: “Larga, larga tudo, transfere pra uma conta tua e vai lá e passa um cheque pra eles, abre uma lá. [...] Pelo menos aquela grandona (uma conta) do Banco do Brasil dá pra fazer”, diz a pessoa não identificada. O registro foi feito às 13h51 do dia 25 de abril.

O irmão do médico questiona o interlocutor sobre os riscos legais de tal operação e ouve que "Não, só depois que você for notificado pelo juiz. Aí tudo bem, diz que pagou o advogado e que a gente tinha contas pra pagar". Segundo a polícia, a principal preocupação da família Boldrini era resgatar o dinheiro que estava em uma conta do Banco do Brasil e seria registrada em nome da clínica que o médico administrava.

Em outro diálogo, Paulo orienta Vilson Boldrini, irmão que tem uma procuração para movimentar as contas do acusado: “Tem que ir lá e transferir o dinheiro daquela conta da clínica pro teu nome porque os caras vão bloquear tudo. Tudo o que conseguir passar para o teu nome, passe. Daí, depois, nós vamos passar para a conta ali e dar um jeito. Não tem que esperar, tem que sair daí correndo", disse Paulo Boldrini.

A polícia também interceptou outra ligação em que Paulo recebeu orientações do advogado Andrigo Rebelato, que representa o médico em processos na esfera cível. “Mete transferência aí, transfere o que dá. Vai transferindo para a tua conta. Transfere cinco mil, dez mil, e se der certo vai fazendo uma por dia, no limite máximo. (...) Uma coisa é a Justiça bloquear, outra é você ter conhecimento que foi bloqueado. Você não foi intimado, entendeu? (...) Não sabe que foi bloqueado”, orienta o advogado para Paulo.

O caso – O médico Leandro Boldrini, a enfermeira Graciele Ugulini, madrasta do garoto, e a assistente social Edelvânia Wirganovicz, amiga dela, foram indiciados por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. O irmão de Edelvânia, Evandro Wirganovicz, também foi arrolado na denúncia por ocultação de cadáver – ele teria aberto a cova onde o corpo de Bernardo foi enterrado.

O cadáver do menino Bernardo Boldrini foi encontrado no dia 14 de abril, enterrado em uma cova improvisada na beira de um rio em Frederico Westphalen, cidade vizinha a Três Passos (RS) – onde a família morava. Ele já estava morto havia dez dias, segundo a certidão de óbito. A Polícia Civil começou a procurar por Bernardo no dia 6 de abril, um domingo, após o pai notificar o desaparecimento do filho. Segundo a versão de Leandro Boldrini, o filho teria ido passar o fim de semana na casa de um amigo e não retornou. Policiais passaram a fazer buscas por Bernardo e a investigar os últimos passos do menino e de familiares, inclusive o pai e a madrasta.

Os investigadores só encontraram o corpo do menino depois de interrogar Edelvânia Wirganovicz, que indicou a localização do corpo. A assistente social relatou à Polícia Civil que a madrasta queria fazer o menino dormir e, por isso, tentou dopar Bernardo em Três Passos, antes de levá-lo de carro a Frederico Westphalen. Graciele enganou o menino, dizendo que o levaria para comprar um aquário (ela voltou da cidade com uma TV). Na estrada entre as cidades, a madrasta foi multada. Edelvânia também disse que Graciele repetiu a dose ao chegar ao município vizinho e depois aplicou uma injeção letal em Bernardo. Graciele confessou aos investigadores que deu medicamentos três vezes seguidas ao garoto de 11 anos, mas alegou que ele que morreu “acidentalmente”. Um laudo da perícia feito em tecidos retirados do cadáver apontou a presença do sedativo midazolam no organismo do menino.

A promotoria também decidiu acusar o pai de Bernardo de um terceiro crime: falsidade ideológica. No entendimento da promotora Dinamárcia Maciel de Oliveira, Leandro cometeu o crime ao registrar o boletim de ocorrência sobre o desaparecimento do filho na Delegacia de Três Passos. Segundo a promotora, Boldrini "estava ciente de sua morte [de Bernardo], executada dois dias antes, por sua ordem, em conluio com os demais acusados".






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